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As crianças e a publicidade Infantil

A publicidade está cada vez mais enraizada no mundo digital, presente na vida e no dia-a-dia das pessoas. Somos bombardeados o tempo todo com um volume imenso de informações, e com certeza, não temos condições de absorver e ingerir tudo o que recebemos. Pense então como é que fica a cabeça de uma criança, recebendo uma série de estímulos e informações que na maioria das vezes não são benéficas para o seu crescimento e formação educacional.

A velocidade das informações no ambiente digital dificulta o controle da recepção infantil a anúncios, que na maioria das vezes estimulam comportamentos consumistas logo na primeira infância.

Vemos hoje muitas crianças que atuam como jovens influencers ou que tem algum canal no Youtube, falando de games e assuntos diversos que geralmente não dominam. Estas atividades são consideradas trabalhos para os adultos, são relativizadas quando feito por crianças. Todo mundo acha “bonitinho”.

Criança precisa ser criança

Uma criança na internet está exposta a uma publicidade predatória, onde não existe controle e nem limite como temos na televisão, que ainda há algum parâmetro do que “não se pode fazer”. O consumo massivo é pensado para atingir as crianças, moldando personas de consumo, afetando a percepção que eles têm desde de cedo sobre si mesmos e o mundo ao seu redor.

Criança precisa de um pouco de tédio, também precisa se movimentar e dar um pouco de “dor de cabeça” pra gente, não apenas deixa-las na internet para que fiquem quietas e sentadas, criança tem que brincar, ter contato com a natureza, jogar bola, pedalar, fazer o que a criança tem que fazer.

Hoje a maioria dos produtos são transmídia, o estímulo ao consumo e a publicidade a que elas estão expostas vêm em diferentes formatos, é um ecossistema novo, cheio de possibilidades, porém muito mais difícil de preservar os nossos pequenos aos estímulos de consumos e informações inapropriadas. As famílias devem estar atentas, as escolas também devem orientar e discutir sobre o assunto.

O consumo está atrelado a leitura social

O consumo direciona as impressões sobre a posição social que estas crianças pertencem, atrelado diretamente a leitura social nas relações interpessoais. Pensamos que se não possuirmos determinados símbolos de poder e status, pertencentes a uma posição social, não seremos reconhecidos e respeitados pelas pessoas.

A publicidade infantil é proibida no Brasil, determinada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que é regulamentado. Aliás, no mundo todo a publicidade infantil é regulamentada, na internet infelizmente essa regulamentação não chegou, onde a propaganda infantil acontece de forma livre e covarde, pois as crianças ainda estão em formação, não tendo o discernimento necessário para entender o que é uma propaganda e o que é realidade. Muitas das vezes vinculando o afeto que esta criança tem por um determinado personagem, a um produto de qualidade duvidosa, tais como comidas muito tóxicas recheadas de açúcar, brinquedos muito caros que não desenvolvem a criatividade, roupas de marca, etc.

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A propaganda está atrelada a neurociência

Muitos são os formatos da propaganda no meio digital, um dos formatos mais comuns que podemos ver hoje, mais comumente no Youtube são os unboxing, que mostram a pessoa recebendo um determinado produto e tirando ele da caixa, mostrando para as pessoas o seu conteúdo. Este formato é bastante explorado pela publicidade, sendo veículos muito potentes na propaganda, estimulando a curiosidade quase num nível hipnótico para as crianças.

Temos os youtubers mirins que falam a linguagem da criança que mostram todos os tipos de bugigangas inimagináveis durante os vídeos, sendo muitas das vezes transformados em cabides de moda e ao hiperconsumo. Além dos youtubers mirins, temos os adultos, que falam e se comportam como crianças, além de se utilizar de um humor intolerante, discriminatório, incentivando o bullying e o preconceito, regados ao consumo de diversas guloseimas cheias de açúcar, sódio e gordura.

Devemos nos preocupar com o que estamos oferecendo para as nossas crianças, a qualidade dos conteúdos que elas consomem na internet e o tempo que permanecem conectadas. Procurar um entretenimento mais saudável e educativo, que trabalha valores humanos mais adequados. Lembrando que este controle deve ser feito na base do diálogo, da conversa, na demonstração do que é bom e explicando o porquê que determinado conteúdo não é bom para ela.

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